Uma grande manifestação na Câmara Municipal de Vereadores reuniu cerca de três mil professores nesta terça-feira (06), terceiro dia da greve dos profissionais da educação da Reme (Rede Municipal de Ensino). Atendendo à convocação da ACP, os educadores e educadoras começaram a concentração por volta das 7h30 em frente à Casa de Leis.
Atendendo a pedido do sindicato, o presidente do Poder Legislativo Municipal, vereador Carlão, abriu as portas da Câmara uma hora mais cedo e, a partir das 8h, os professores começaram a lotar o plenário. Mais da metade dos professores que estavam na fila para acompanhar a sessão ordinária da Câmara não puderam entrar porque o prédio atingiu ocupação máxima. No entanto, a categoria se manteve mobilizada durante toda a sessão, aguardando do lado de fora do prédio.
Durante a sessão, o presidente Carlão alterou a ordem do dia para que o atual presidente e o presidente eleito da ACP, professores Lucilio Nobre e Gilvano Bronzoni, ocupassem a tribuna para se pronunciarem na palavra livre. Diante da forte manifestação dos professores na plenária e dos argumentos apresentados pelos dirigentes sindicais, Carlão, juntamente com os parlamentares integrantes da comissão permanente de educação e desporto da Câmara, vereadores Juari, Riverton, Waldir Gomes, Ronilço Guerreiro e Beto Avelar, se comprometeu com a categoria em formar uma comissão de vereadores e representantes do sindicato e marcar uma reunião com a prefeita Adriane Lopes a fim de cobrar o cumprimento da Lei Municipal n. 6.796/2022.
“Estamos aqui não simplesmente por aumento de salário. Estamos aqui por uma valorização da educação que foi interrompida. Ao aceitar o escalonamento da correção salarial, demos meses para o Executivo regularizar suas contas e cumprir a lei, agora a prefeita não recebe o sindicato e não cumpre a lei. Essa não é a escolha correta, não valoriza o importante trabalho de milhares de profissionais da educação e prejudica cerca de 115 mil estudantes que estão sem aulas na Reme”, disse o professor Gilvano Kunzler Bronzoni, presidente-eleito da ACP.
O atual presidente da ACP destacou a força da categoria em defesa da Lei do Piso 20h. “Essa é uma luta coletiva, pela valorização da educação. Viemos cobrar apoio irrestrito no cumprimento da lei. Ela foi construída com diálogo, debate e conversas. Depois que vira lei, é um instrumento jurídico que tem que ser cumprido. A qualidade do ensino passa pela valorização. Aceitamos a lei postergando, pois não somos intransigentes. Se alguém fez politicagem, não foi a categoria. Se a prefeita judicializou para enfraquecer o movimento, não vai conseguir. Só vai enfurecer e fortalecer”, discursou Lucilio Nobre, atual presidente do Sindicato.
Agenda da greve
Definida até o dia 09, a greve dos professores da Reme entra no quarto dia de paralisação nesta quarta-feira, quando o sindicato convocou uma Assembleia Geral Extraordinária às 7h30, que será realizada na sede da ACP. Com pauta única – greve da Reme – a assembleia foi convocada para a categoria definir os próximos passos do movimento grevista.