A FETEMS estará presente no tradicional 28º Grito dos Excluídos, com o lema “Brasil: 200 anos de (in)dependência, para quem?”, que é realizado todos os anos, no dia 07 de setembro, com a manifestação das entidades sindicais, movimentos sociais, Frentes, Fóruns, e entidades de direitos humanos após os desfiles oficiais em comemoração à Independência do Brasil, o Grito dos Excluídos é mais uma forma de protesto em defesa da vida digna para trabalhadores e trabalhadoras brasileiras.
Os organizadores do 28º Grito dos Excluídos, com o lema é “Brasil: 200 anos de (in)dependência, para quem?” explicam que a edição de 2022, realizada sempre no dia 7 de setembro, será realizada com toda a ousadia, participação popular e criatividade que são marcas dessa construção coletiva.
Sabemos que 2022 será um ano difícil de muitas disputas, mas que seja também de reflexão, esperança, utopias e de lutas por um novo projeto de sociedade, onde a dignidade da vida esteja em primeiro lugar.
Bicentenário da independência
Mesmo nos marcos dos 200 anos de sua independência, o Brasil convive com o aumento da desigualdade social, a volta ao mapa da fome, altos índices de desemprego e a ampliação da crise ambiental.
Diante desse cenário, o Grito dos Excluídos propõe a reflexão sobre as contradições da independência brasileira e as tarefas inconclusas na construção da soberania nacional e popular.
Temas como violência estrutural, dívida pública, direitos sociais, educação popular, segurança alimentar, democracia e a proteção aos territórios indígenas serão tratados pela 28ª edição da manifestação.
COMO SURGIU? COMO SE CONSTRÓI?
A proposta do Grito dos Excluídos e Excluídas surgiu em 1994, a partir do processo da 2ª Semana Social Brasileira, da CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil), cujo tema era Brasil, alternativas e protagonistas, inspirada na Campanha da Fraternidade de 1995, com o lema: A fraternidade e os excluídos.
Entre as motivações que levaram à escolha do dia 7 de setembro para a realização do Grito dos/as Excluídos/as está a de fazer um contraponto ao Grito da Independência. O primeiro Grito dos Excluídos/as foi realizado em 7 de setembro de 1995, tendo como lema A vida em primeiro lugar, e ecoou em 170 localidades.
A partir de 1996, o Grito foi assumido pela CNBB que o aprovou em sua Assembleia Geral, como parte do PRNM (Projeto Rumo ao Novo Milênio – doc. 56 nº 129). A cada ano, se efetiva como uma imensa construção coletiva, antes, durante e após o Sete de Setembro.
Mais do que uma articulação, o Grito é um processo, é uma manifestação popular carregada de simbolismo, que integra pessoas, grupos, entidades, igrejas e movimentos sociais comprometidos com as causas dos excluídos. Ele brota do chão, é ecumênico e vivido na prática das lutas populares por direitos.
A proposta não só questiona os padrões de independência do povo brasileiro, mas ajuda na reflexão para um Brasil que se quer cada vez melhor e mais justo, para todos os cidadãos e cidadãs. Assim, é um espaço aberto para denúncias sobre as mais variadas formas de exclusão.