A Vice-Presidenta da FETEMS, Deumeires Morais e a Secretária de Políticas Educacionais, Sueli Veiga Melo, participaram entre os dias 23 e 26, em San José, capital da Costa Rica, do Encontro Regional da Rede de Trabalhadoras da Educação, organizado pela Internacional da Educação para a América Latina (IEAL).
“Foi um encontro muito importante que reuniu trabalhadoras em Educação da América Latina, no qual tivemos a oportunidade de nos inteirar sobre as conjunturas política, econômica e educacional dos países presentes. Também tivemos a possibilidade de conhecer histórias de mulheres incríveis que nos impulsionam a continuar lutando em busca da educação pública de qualidade e da valorização profissional, assim como para o um maior reconhecimento da importância das mulheres nas lutas. Neste encontro tivemos a chance de construir estratégias e encaminhamentos para o fortalecimento e protagonismo das mulheres nos seus campos de atuação no sentido de exercerem um papel transformador para a sociedade que queremos”, ressaltou Deumeires Morais, a Vice-Presidenta da FETEMS.
A Secretária de Políticas Educacionais, Sueli Veiga Melo, é enfática ao afirmar que, “os encontros da Rede de Mulheres da Internacional da Educação são fundamentais para o empoderamento das mulheres em todos os aspectos: no trabalho, no movimento sindical, na economia e na política, no Brasil, na América Latina e no mundo. O encontro permite a troca de experiências e mostra que os problemas, as dificuldades e as lutas são comuns, portanto, é possível a luta conjunta, porque isso nos fortalece na luta por uma sociedade igualitária”.
O encontro reuniu aproximadamente 100 professores(as) – em sua maioria, mulheres – de 18 organizações filiadas à IEAL com o objetivo de compartilhar a situação dos direitos das mulheres e da igualdade de gênero em seus países, além de analisar a conjuntura educacional, social, econômica e política de seus países e trocar experiências.
Algumas das pautas reafirmadas durante o encontro foram:
-Contra o neoliberalismo, a privatização, a militarização, a meritocracia, o fascismo, o racismo, a homofobia, a misoginia.
– Em defesa da educação pública, de qualidade social, para todas as pessoas, em todas as idades, modalidades e localidades, de concepção e tempo integral e com financiamento público.
– Pela construção de ações sindicais e de uma educação que contemple a diversidade: mulheres, negros, indígenas, pessoas LGBTI, pessoas com deficiência e outros públicos.
– Pelo fortalecimento das pautas e bandeiras de lutas feministas e pelo empoderamento das mulheres para serem implementadas nas nossas entidades.
O evento também contou com a presença de representantes de organizações internacionais, como a UNESCO, a OIT e a ONU, que apresentaram dados e recomendações sobre a situação das mulheres na educação na América Latina.
A secretária-geral da CNTE e vice-presidente do Comitê Regional do IEAL, Fátima Silva, foi uma das moderadoras do evento, ao lado da Secretária Geral da Confederação dos Trabalhadores em Educação da República Argentina (CTERA), Sonia Alesso, e da coordenadora do Escritório Regional da IEAL, Gabriela Sancho.
“Cada uma de nós teve que romper muitas barreiras para estar aqui, inclusive desafiando nossas próprias estruturas. Em nossos sindicatos, somos aquelas que sustentam a organização nos bastidores, mas também precisamos estar nos espaços de decisão da política educacional”, afirmou Fátima sem seu pronunciamento.
Um tema destacado no evento foi a recriação do Ministério das Mulheres, a retomada para ratificação da Convenção 190 (sobre violência e assédio no trabalho) da Organização Internacional do Trabalho (OIT) e a sanção da Lei 14.611, que trata da igualdade salarial entre homens e mulheres.
Observatório e Workshops
No primeiro dia do encontro, a oficial de gênero da OIT para a América Central, Panamá, República Dominicana e Haiti, Larraitz Lexartza, fez uma apresentação sobre a Convenção 190 da OIT. A ratificação desse convênio é promovida pela IEAL por meio de uma campanha.
Já no segundo dia, a Rede lançou o Observatório de Igualdade de Gênero “Sumemos Igualdad” (Adicionemos Igualdade), página na internet cujo objetivo é dar visibilidade às informações sobre as condições do trabalho das profissionais da educação da América Latina. O observatório está dividido em três temas: igualdade de gênero no mundo do trabalho, avanços e retrocessos nos direitos trabalhistas e direitos das mulheres no trabalho educacional.
“Com isso, avançamos para a igualdade de gênero, relatando a participação e liderança das mulheres nos sindicatos de educação, destacando seu trabalho na educação, vida familiar e organização política”, explica a Rede, em mensagem no site.
Foram promovidos, ainda, dois workshops: 1) ”A opinião pública também é nossa: comunicação para mulheres sindicalistas” e 2) “Tocar, dançar e cantar na perspectiva sindicalista”.
O primeiro forneceu aos participantes ferramentas básicas de comunicação para professores posicionarem seus problemas e agendas dentro e fora das organizações e gerar reflexões; e o segundo mostrou o potencial da música em espaços de protesto social.
Para o último dia do evento houve uma exposição relacionada com a campanha da IE “¡Por la Pública! Escola Criamos”, que se opõe à privatização da educação e ao comércio educacional e busca reivindicar maior financiamento do Estado para a educação pública, pelo Observatório Latino-Americano de Políticas Educacionais (OLPE).
Antes do encerramento da atividade, o Escritório Regional fará o lançamento oficial do volume 9 da Revista RED, que este ano trata da sobrecarga de tarefas da mulher e aos desafios da conciliação de trabalho e vida familiar.
A Rede de Trabalhadoras da Educação
A Rede Trabalhadoras da Educação é uma estrutura de trabalho conjunto formada pelo Comitê Regional do IEAL desde 2005 para o fortalecimento dos sindicatos por meio da implementação de políticas sindicais que promovam a participação e militância das professoras. A iniciativa se sustenta no fato de que as organizações sindicais da educação são constituídas por, pelo menos, 70% de mulheres.
Com informações da CNTE e IEAL