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“Para acabar com a violência contra as mulheres é preciso combater o machismo estrutural, a pobreza e a desigualdade de gênero”, diz Presidenta da FETEMS, Deumeires Morais

“Para acabar com a violência contra as mulheres é preciso combater o machismo estrutural, a pobreza e a desigualdade de gênero”, diz Presidenta da FETEMS, Deumeires Morais

Infelizmente mais um levantamento realizado pela Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp) revela a triste realidade vivida pelas mulheres sul-mato-grossenses, vítimas da violência. Desta vez os dados mostram que desde o dia 1° de janeiro até 14 de julho, 880 pessoas denunciaram ter sido vítimas de estupro em Mato Grosso do Sul, sendo 258 só em Campo Grande.

Para a Presidenta da FETEMS, Deumeires Morais, os dados são alarmantes e revoltam a todas e todos que lutam no dia a dia contra qualquer tipo de agressão contra as mulheres. “É inaceitável qualquer tipo de crime contra a mulher, os índices de feminicídio tem aumentado mês a mês neste ano e precisamos lutar para que isso acabe de uma vez por todas. Existe em nosso meio, infelizmente, um machismo estrutural, sem falar no desemprego e a pobreza que tanto têm afetado ainda mais as nossas mulheres. O poder aquisitivo da população brasileira tem diminuído drasticamente, principalmente durante a pandemia e agora na pós-pandemia e com isso as mulheres foram as mais prejudicadas”, destaca a Presidenta da FETEMS, Deumeires Morais.

A Secretária de Relações de Gênero da FETEMS, Maria do Carmo Souza Drumond, ressalta que “para nós da educação, nos nossos debates, o primeiro passo é combater esse machismo estrutural, herança do machismo patriarcal que acarreta em crimes e existe a precarização dos salários, que leva a uma situação de vulnerabilidade”.

Para a Secretária é necessário olhar para as políticas públicas e investimentos na educação para que possamos levar até as escolas palestras sobre a Lei Maria da Penha, por exemplo. “A educação tem sentido na carne a falta de investimento e a falta de autonomia para definir os temas a serem trabalhados, como a questão de gênero”, disse a Secretária Maria do Carmo.

A Presidenta da FETEMS, Deumeires Morais revela ainda que “estes dados divulgados pela Sejusp reforçam ainda mais o quanto nós, educadores(as) e defensores(as) dos direitos igualitários, e acima de tudo, defensores(as) da vida, precisamos continuar lutando por melhorias nas políticas públicas e prevenção, levando até a escola mais informação para que as nossas mulheres parem de morrer assassinadas e parem de sofrer estupros ou qualquer tipo de abuso”.

Estatísticas alarmantes – O Feminicídio é um homicídio praticado contra as mulheres simplesmente por ser mulher. Essa violência se dá pelo menosprezo e subjugação da condição feminina.

De acordo com o Anuário Brasileiro de Segurança Pública, no Brasil, 1 mulher é vítima de feminicídio a cada 7 horas. Isto significa dizer que, ao menos 3 mulheres morrem por dia simplesmente por serem mulheres.

Os números de vítimas aumentam quando acrescidos de outros tipos de violência contra mulheres, como lesão corporal dolosa, ameaças, estupros e emissão de medidas protetivas.

As informações das secretarias de segurança pública apontam ainda um aumento de 3,8% nas tentativas de feminicídio.

O anuário desenhou o perfil desses crimes e mostrou que quase 82% dos feminicídios são cometidos pelo companheiro ou ex-companheiro da vítima. Ainda de acordo com o estudo, a presença de arma de fogo na residência aumenta o risco de a mulher em situação de violência doméstica ser morta por seu parceiro.

A pesquisa destacou também que o número de chamadas ao 190 para denúncia de crimes caiu 5,3% entre 2020 e 2021, mas as ligações sobre violência doméstica cresceram 4%, no mesmo período.
Aumentaram também os crimes de maus tratos contra crianças e adolescentes: o crescimento foi enorme, mais de 21%. Outro número que assusta é o de estelionatos: subiu quase 180% entre 2018 e 2021. Racismo e violência contra LGBTQIA+ também tiveram alta significativa.

De acordo com o anuário, apesar de ter havido queda de 6,5% no número geral de mortes violentas intencionais no Brasil, entre 2020 e 2021, o país continua sendo um país desigual e violento. O destaque negativo da pesquisa foram os estados da Amazônia Legal, onde hoje encontram-se 13 dos 30 municípios com as mais altas taxas de mortes violentas do país.

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